Professor da sala comum e sua práxis frente ao aluno com NEE.

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De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, em seu artigo 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades educativas especiais. Esse foi um dos avanços da educação brasileira quando se trata de pessoas com NEE. Pois antes da aprovação dessa Lei, esse público era atendido em espaços segregados não podendo conviver em outros espaços com pessoas ditas "normais". Já nos anos 60,70, surge o movimento de integração das pessoas com NEE, nos demais espaços da sociedade, bem como garantias de direitos iguais perante os demais.


Contudo, a integração de alunos com NEE, em sala de aula comum tem causado nos professores certo desconforto em relação ensino/aprendizagem. Consideram-se despreparados e desmotivados para enfrentar o desafio e, involuntariamente, somam a problemática dos alunos outros infortúnios como limitar-lhes as oportunidades de aprendizagem, por considerá-los como mentalmente retardados e, como tal "clientela" para a educação especial.

Seja por falta de informação ou vontade em pesquisar sobre a aprendizagem desses alunos, sendo que são capazes de aprender desde que estimulados a avançar na sua própria compreensão. O professor como responsável por essa aprendizagem deve criar conflitos cognitivos, ou melhor, desafiar o educando a enfrentar situações que conseqüentemente culminará no seu aprendizado. Segundo Piaget, a inteligência é uma das formas que assumiu a adaptação do homem ao mundo, e essa adaptação se dá de forma progressiva e resulta de equilibração majorante de estruturas que são constituídas ao longo do desenvolvimento.

Por isso, é que não podemos afirmar que o aluno com NEE, não consegue aprender. É obvio que o educador precisa ter consciência que, nem todos aprendem ao mesmo tempo e da mesma maneira, mesmo porque existe uma diversidade em sala de aula e que o professor deve realizar algumas ações.

Para garantir o sucesso na concretização desta intencionalidade educativa, há que superar as barreiras existentes em suas múltiplas origens e intencionalidades, para o que se faz necessário: (a) libertar o aluno da condição de solitário responsável por seu insucesso na escola, (b) identificar todos os obstáculos que lhe impedem ou dificultam seu sucesso no processo de aprendizagem, (c) analisar o contexto em que a aprendizagem se realiza, e (d) abandonar, definitivamente, os rótulos, quaisquer que sejam... (Carvalho,p.51,2000).

Ainda de acordo com Carvalho, (2000), as barreiras para a aprendizagem não existem apenas, porque as pessoas tenham distúrbios cognitivos, mas em decorrência das expectativas do grupo em relação as suas potencialidades e das relações entre aprendizagens,recursos humanos e materiais, socialmente disponíveis para atender as suas necessidades.

Contudo, o que se observa muito no ambiente escolar são professores que resistem em aceitar a integração do aluno em sala regular. Isso deve a resistência do professor em mudar a sua pratica e fazer adaptações para receber essa cliente-lá, pois,

A presença de alunos com necessidades educativas especiais no contexto quotidiano da sala de aula obrigará o professor a fazer adaptações e ajustamentos, por vezes substanciais. Antes de mais nada, o professor deverá analisar se os cenários de organização do ambiente de aprendizagem proporcionam lugar e condição para as necessidades desses alunos.(Castro,et.al. 2003,p.25).

E, na maioria das vezes percebe-se inúmeros obstáculos que contribuem para dificultar o ingresso e a permanência deste educando em sala comum pois, encontra-se barreiras físicas e humanas o que faz com que dificulte ainda mais essa inclusão.
...é preciso promover a eliminação de barreiras arquitetônicas; preparo e competência profissional dos educadores; a ampliação do material didático existente, incorporando-se, como rotina, a aquisição de materiais específicos para alunos cego, surdos, com paralisia cerebral, dentre outros; as adaptações dos equipamentos escolares; as adequações curriculares e o apoio psicopedagógico ao aluno e a orientação a seus familiares... (Carvalho, 2000, p.42)

Quando uma instituição escolar não dispõem de acessibilidade em todos os sentidos seja estrutura físicas, materiais pedagógicos adaptados e professores capacitados ou em formação e um currículo fechado, aí pode-se afirmar que este aluno não esta incluído apenas integrado. A inexistência de tais recursos contribuirá para a evasão do mesmo ou ainda assim sua permanência na escola sem nenhum rendimento no que diz respeito à aprendizagem seja de base qualitativa ou quantitativa, neste caso a marginalização torna-se evidenciada.
























Referências:

Castro, Adriano Monteiro de, [ et.al.];org. Maria Luisa Spoviere Ribeiro, Roseli Cecília Rocha de Carvalho Baumel. Educação especial do querer ao fazer.- São Paulo: Avercamp, 2003.

Carvalho, Rosita Edler- Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva- Porto Alegre: Mediação, 2000.

Gomes, Adriana L.Limaverde. [et.al] -Deficiência intelectual-São Paulo: MEC/SEESP,2007.

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